Aplicações da Nasofibrolaringoscopia
A Videonasofibrolaringoscopia é um exame diagnóstico no qual se utiliza uma fibra ótica endoscópica flexível de pequeno diâmetro, que é introduzida pela abertura do nariz (fossa nasal) e progride até a garganta (visualizando a faringe e laringe).
Com esta visualização, observam-se as estruturas que compõem a cavidade nasal, a faringe e a laringe com seu movimento durante a respiração e a produção da voz.
No nariz observam-se desvios do septo nasal, aumento das conchas nasais (“carnes esponjosas”), sinais de alergia nasal, secreções, sinusites, tumores como polipose nasal, pólipo de Killian, angiofibroma, câncer.
Indicado para pacientes com queixa de obstrução nasal (entupimento nasal), espirros, prurido, secreções, sangramento nasal, cefaleia, respirador oral, ronco, apneia do sono.
Na faringe, observam-se o tamanho da tonsila faríngea (aumento da adenoide em crianças), o tamanho das tonsilas palatinas (amigdalas), tamanho da tonsila lingual, câncer.O exame também é indicado para pacientes com queixa de ronco, apneia/hipopneia do sono (parada respiratória), respirador oral, dor de garganta frequente, mudança na voz, rouquidão, pigarro, tosse crônica, refluxo, engasgos.
Na laringe observam-se nas pregas vocais (ou cordas vocais): nódulos (calos), pólipos, edemas, cistos, fendas, tumores, câncer, paralisias, granulomas.
José A. Patrocinio cita em seu artigo – Nasofibroscopia na infância – que “a obstrução nasal é uma das queixas mais frequentes no consultório do otorrinolaringologista. Existe uma certa dificuldade em se diagnosticar a causa dessa obstrução; entretanto, com o advento da endoscopia flexível, a nasofibroscopia tornou-se o exame de eleição para avaliação e diagnóstico das patologias das vias aéreas superiores. Esse exame, comparado às radiografias de cavum, sem dúvida tem uma sensibilidade superior”.
Segundo Ângela B. F. Fomin et al, no artigo científico – Nasofibroscopia para o diagnóstico dos agravos da rinite alérgica em crianças e adolescentes-, publicado na Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, a indicação da nasofibroscopia “possibilitou a detecção de inúmeras alterações e agravos associados à rinite alérgica, não visualizados ao exame físico rotineiro”. O diagnóstico dos agravos associados à rinite alérgica desenvolveu-se a partir de 1980, após a introdução da nasofibroscopia. Com a utilização deste procedimento, o examinador foi capaz de identificar estruturas anatômicas com precisão, visualizar a cavidade nasal sob amplo ângulo de visão e iluminação adequada, facilitando o diagnóstico correto e, conseqüentemente, o tratamento adequado. O uso do endoscópio para o exame da cavidade nasal revolucionou o diagnóstico e tratamento das doenças associadas à rinite alérgica, permitindo a visualização de estruturas não avaliadas pelos exames tradicionais, resultando em diagnóstico e tratamento mais adequados (Silberman HD, Wilf H, Tucker JA. Flexible fibe-roptic nasopharyngolaryngoscope. Ann Otorhino-laryngol. 1976;85:640-5.). O crescimento do tecido adenoidano tem indicado, com freqüência, a realização da nasofibroscopia. A valorização dos achados do exame associada à otite serosa, sinusites de repetição e obstrução nasal grave podem indicar de forma mais precisa a adenoidectomia (Position Paper of the European Academy of Allergology and Clinical Imunology. Allergy. 1993;48:(Suppl 14)9-35).
Em face do exposto, podemos perceber as inúmeras aplicações e indicações do exame, sendo considerado um exame imprescindível na rotina clínica do Centro de Pneumologia e Alergia do Ceará, referência em doenças alérgicas, respiratórias e distúrbios do sono.